Brasil,
China, EUA, Itália, Portugal, Austrália e África do Sul. Em um levantamento
exclusivo, entrevistamos especialistas de cada um desses países e mapeamos a
situação familiar em pelo isolamento social
Quando iniciamos o isolamento
social, as primeiras preocupações eram saber sobre o básico do coronavírus.
Mas ao longo desses meses construímos uma nova relação familiar. Pensamos que o
planeta estava sendo infestado por um vírus, mas não chegamos a imaginar que
ele traria uma outra pandemia:
o término de muitos relacionamentos.
Como tudo começou na China,
foi lá que esse cenário apareceu primeiro – após 4 meses de quarentena, os
escritórios locais registraram um grande aumento de pedido de divórcios,
segundo o site Bloomberg. Steve Li, pai de Alice, advogado de família de
Shangai do escritório Gentle & Trust Law Firm, afirmou em depoimento ao
site, que quanto mais tempo os casais passam juntos, mais se odeiam. Em
entrevista exclusiva para a Pais&Filhos, ele diz que é compreensível a
situação. “É óbvio que esse momento é incomum. Atualmente é difícil conseguir
registrar o divórcio imediatamente porque há tantas pessoas na fila dos
cartórios, que provavelmente terão que esperar um bom tempo para conseguir
agendamento na China”, explica.
E chegou no Brasil. Para se ter uma ideia, segundo Diego Queiroz,
filho de Marta e Raimundo, da empresa especializada Divórcios Brasil, que
atende na maior parte dos casos pessoas de classe média, em abril deste ano
houve um aumento de 177% na procura por advogados para consultoria sobre
divórcio em comparação ao mesmo período do ano passado. Além disso, os números
mostram-se crescentes desde o início da quarentena.
Em janeiro deste ano receberam 55 contatos de pessoas que gostariam da
separação matrimonial, já em abril 133.
Segundo levantamento do Google para Pais&Filhos, em março o
site de buscas registrou aumento de 82% na pergunta “como dar entrada no
divórcio?” aqui no país, enquanto que em abril, houve um salto de 9900% no
interesse de buscas pelo termo “divórcio online gratuito”.
Os Estados Unidos foram um dos países mais atingidos pelo
coronavírus e também apontam o mesmo comportamento: casais confinados estão
atrás de advogados para solicitar pedidos de divórcio. Conversamos com o
norte-americano, especialista em direito da família em Nova York, Steve Mandel,
pai de Corie e Emily, e por enquanto, os tribunais na cidade estão fechados
desde março. “Mas nós sabemos que assim que tudo estiver aberto novamente
teremos um aumento gigantesco nos pedidos”, aponta.