Em parceria com as corregedorias
dos tribunais de todo o país, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está
desenvolvendo um sistema eletrônico customizado de tramitação processual
exclusivo para atender o rito do segmento. Ele se chamará PJeCor e começará a
ser implantado, em forma de projeto piloto, em julho, no Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Norte (TJRN).
“É uma medida importante para
garantir a integralidade de atuação das corregedorias de todo o Judiciário
brasileiro. Eles passarão a ter um instrumento próprio, específico, e que
uniformizará a tramitação dos processos”, afirmou o corregedor nacional de
justiça, Humberto Martins. “Será um ganho enorme em transparência e eficiência
para o judiciário”, completou.
De acordo com o juiz auxiliar da
Presidência do CNJ Bráulio Gusmão, a receptividade tem sido tão grande e há
lista de espera para participação no projeto piloto. “Os tribunais entenderam
que o objetivo primário do programa que é dar uma visão de um Judiciário
único”, explicou. O primeiro tribunal a testar o sistema será o TJRN, local
onde a plataforma está sendo desenvolvida. Em princípio, os próximos tribunais
na lista são: Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), Tribunal de Justiça de
Pernambuco (TJPE), Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), Tribunal de Justiça
do Pará (TJPA), Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Tribunal Regional
do Trabalho da 9ª Região (TRT9) e Tribunal Regional Federal da 1ª Região
(TRF1). Nesses órgãos, o sistema será implantado entre agosto e dezembro deste
ano.
A novidade foi anunciada durante
o I Fórum Nacional das Corregedorias (Fonacor). Em apresentação sobre o
projeto, o juiz auxiliar da Corregedoria Nacional Márcio Luiz Coelho de Freitas
explicou que o PJeCor terá funcionalidades exclusivas e feitas sob medida para
atender as demandas das corregedorias da Justiça. “Nossa ideia é que o sistema
seja construído com a parceria das próprias corregedorias, por meio de
diálogo”, enfatizou. “Estamos recebendo sugestões e contribuições ao modelo, e
vamos debater o assunto nos nossos encontros ”, completou.
Dados divulgados por Freitas demonstraram
que, de todas as corregedorias de Justiça, 45 usam o Processo Judicial
Eletrônico (PJe), sistema instituído pela Resolução CNJ n. 185/2013 como
ferramenta de processamento de informações e práticas de atos processuais em
toda a Justiça brasileira. Outras 32 não utilizam o PJe. Seis corregedorias
sequer têm sistema informatizado de tramitação processual e 7 não responderam
ao questionário elaborado pela Corregedoria Nacional. “A falta de uniformização
gera conflitos estatísticos graves que dificultam a própria elaboração de
políticas públicas efetivas”, afirmou. “O PJeCor é um projeto audacioso, mas
vai ao encontro das Metas do Judiciário, de oferecer um serviço mais
transparente, mais eficiente e mais ágil para a população”, disse.
A estimativa da equipe de
desenvolvedores do projeto é que em outubro, durante a 2ª Reunião Preparatória
para o Encontro Nacional do Poder Judiciário de 2019, seja apresentado pelo
Corregedor Nacional o provimento que tornará obrigatório do uso do PJeCor,
junto com uma proposta de meta de implantação em todo o País.
Fonte: CNJ