O ambiente digital apresenta, a cada dia, novos riscos
quanto à segurança cibernética e proteção de dados dos cidadãos. A discussão
migrou de um ambiente restrito a especialistas em tecnologia da informação e passou
a ser uma preocupação de todos, na medida em que cada pessoa se torna
responsável por disseminar os próprios dados em acessos indiscriminados nas
redes.
Há dois anos, um ataque cibernético sequestrou dados de
pessoas e empresas ao redor do mundo, atingindo ao menos 74 países e milhares
de usuários, em cerca de 6 horas. Foi o que apresentou o diretor para a América
Latina da Cisco, Ghassan Dreibi, em apresentação sobre as estratégias digitais
para segurança cibernética e proteção de dados, no último dia 23, no Painel
TeleBrasil 2019, em Brasília.
Segundo Dreibi, os ataques tornaram-se mais agressivos por
terem por trás das ações uma organização criminosa em ação. “A ameaça deixou de
ser exclusivamente corporativa e passou a ser pessoal, com ataques aos dados de
identificação dos cidadãos”, alertou ao destacar como pilares da cybersegurança
responsabilidade, democratização e simplificação nas relações em ambiente
digital.
Um aliado para garantir a segurança de dados pessoais e
assegurar a identidade do usuário nas relações virtuais é o certificado
digital. A tecnologia foi defendida pelo assessor especial do Instituto
Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) Ruy Ramos no painel de discussão.
“Estamos em plena transformação digital, o que se configura
em um cenário de massificação dos certificados digitais a todos os cidadãos”,
explicou. Ramos ainda salientou que a meta da atual gestão do ITI é atingir o
censo populacional para que a segurança do certificado digital seja percebida
como segurança para o usuário e não apenas como exigência para prestação de
informações fiscais ao governo.
A Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil,
operada pelo ITI, existe há 18 anos garantindo a identificação segura da pessoa
nas diversas transações online ao associar uma pessoa, processo ou servidor a
um par de chaves criptográficas, que funcionam em um sistema assimétrico.
Além do uso de criptografia, o certificado digital
ICP-Brasil garante autenticidade, não-repúdio, integridade, confidencialidade,
culminando com a plena validade jurídica do ato praticado no ambiente digital.
A representante do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento
de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br), Cristine Hoepers, corrobora o
uso do certificado digital e pontua que a segurança dos dados “se faz nas
pontas” com boas práticas e influência de padrões já credenciados.
Fonte: ITI