Com auditório
lotado, jornalista abordou os principais desafios e entraves para o
desenvolvimento do País
Restinga Seca (RS)
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Encerrando as atividades do primeiro dia do XIII Encontro Notarial e Registral do Rio Grande do Sul, o
jornalista, apresentador e colunista, Alexandre Garcia, ministrou a palestra
magna do evento, que teve como tema central “Notários
e Registradores - As Ameaças e Oportunidades que Permeiam a Atividade”. A
atividade ocorreu na noite desta sexta-feira (17.05), no Hotel Business Center
Beira Rio, em Restinga Seca, e lotou o auditório do local.
De
forma descontraída, Garcia se disse surpreso com o tema da palestra e iniciou
uma explanação sobre o atual cenário político e econômico do País, bem como a atuação
da imprensa com relação à essas pautas. Começou falando sobre os recentes e
repetitivos casos de corrupção, as prisões de parlamentares e pessoas ligadas
ao Poder Público e sobre a importância de a sociedade ter como pilares os valores
morais, a família e a religião.
Garcia
comentou sobre o pleito eleitoral de 2018 e as motivações que acredita que levaram
os brasileiros a escolherem um novo governo. O jornalista citou ainda várias das
demandas abraçadas pelo atual presidente, a repercussão delas pelo País e sua
opinião sobre cada uma.
“A
bússola para saber de que lado o barco vai é olhar para as urnas. Bolsonaro foi
o instrumento que mobilizou as massas e que ofereceu uma série de mudanças”,
disse. Para ele, a polarização do País não é uma novidade, no entanto se fez
mais visível nas últimas eleições. “Havia uma única seita, hoje temos duas: a
seita da esquerda e a seita da direita. Estamos impregnados nesse
fisiologismo”, opinou.
Segundo
o jornalista, o Brasil atualmente é visto como o “País da corrupção e
esperteza” e que cultua falsos heróis com o apoio da imprensa. “Eu ouvi,
durante toda minha infância, que ‘o Brasil é o País do futuro’. Continuei
ouvindo, durante o ginásio, ‘o Brasil é o País do futuro’. Durante toda minha
mocidade, ‘o Brasil é o País do futuro’. Durante toda minha idade adulta, ‘o
Brasil é o País do futuro’. E até hoje eu ouço que ‘o Brasil é o País do
futuro’ e o futuro não chega nunca, nunca vira presente”, comentou.
Com
duras críticas ao sistema legislativo brasileiro, Garcia nomeou a Constituição
de 1988 como “Frankenstein”. “Nos criou mais problemas que soluções. Mais
direitos, menos deveres. A balança não fica equilibrada”, disse. Ainda,
criticou o fato de a Constituição dar demasiado poder ao Legislativo que “não
tem responsabilidade de governar”.
Garcia
opinou ainda sobre educação, segurança e economia. Para o palestrante, a
educação deve ser diferenciada de ensino, pois esta “vem de casa”. Já sobre
economia, Garcia mostrou-se favorável à Reforma da Previdência, mas também
relatou não acreditar que o País possa chegar a um estado como o da Venezuela.
“A Venezuela serviu de vitrine para o Brasil ver o que não queria ser”, falou.
Ainda,
sobre segurança, o jornalista posicionou-se contra o estatuto do desarmamento. “Eu
digo para provocar: ‘Quem não quer que as pessoas de bem possam se defender? A
bandidagem’”, criticou.
Por
fim, Garcia realizou um comparativo das culturas japonesa e brasileira,
sugerindo um exercício imaginativo onde pudéssemos trocar as populações de
ambos países, considerando todas riquezas naturais que o Brasil tem. “Os japoneses
aqui, durante 10 anos, alguém discordaria se eu dissesse que nós nos
tornaríamos a primeira potência do mundo? Então, se vocês estão reconhecendo
isso, vocês estão reconhecendo que o futuro depende de quem põe os pés sob este
solo. Como os japoneses não virão, a responsabilidade é nossa”, finalizou,
agradecendo ao público presente.
A
palestra contou com a participação dos presidentes João Pedro Lamana Paiva
(Colégio Registral do Rio Grande do Sul), Danilo Alceu Kunzler (Associação dos
Notários e Registradores do Rio Grande do Sul – Anoreg/RS), Romário Pazzuti
Mezzari (Instituto de Estudos de Protestos do Rio Grande do Sul – IEPRO/RS) e
Paulo Gaiger (Colégio Notarial do Brasil) no debate e coordenação.