Oito setores tiveram suas situações ajustadas pelo poder público; veja quais. Prefeitura espera regularizar outras 130 áreas irregulares até o fim deste ano. 
 
Moradores de oito bairros de Goiânia esperam receber a escritura dos imóveis onde moram após a prefeitura realizar a regularização fundiária dos locais. Alguns vivem nas áreas há quase duas décadas à espera do documento. O objetivo da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh), responsável pelo processo, é zerar, ainda neste ano, o déficit de 130 bairros que ainda têm irregularidades.Os últimos setores que tiveram construções legalizadas foram os seguintes: Condomínio Santa Rita 9ª etapa (46 imóveis); Jardim Novo Mundo, chácaras 412 e 419 (26); Jardim Balneário Meia Ponte, quadra 152-A (7); Chácara de Recreio Panorama, chácara 11 (12); Jardim Europa, quadra 58-A (6); Setor Universitário, quadra 41 (129); Jardim Atlântico, quadra 141 e 142 (60); e Morada do Sol, chácara 23/240 (18). Ao todo, 304 famílias devem ser beneficiadas pela medida.
 
O técnico de logística Gilmar Fernandes de Lima, de 35 anos, e a mulher, a analista de suporte operacional Laélia da Silva Rodrigues, de 32, vivem há cinco anos em uma casa que fica numa das regiões regularizadas no Setor Universitário. Ela não vê a hora de estar com a escritura nas mãos.
 
"É uma garantia para a gente. Deus abençoe que saia logo. Sem ela, a gente não sabia se ia sair, tinha esse medo. Hoje, temos só o recibo de compra registrado no cartório", afirma.
 
O imóvel está no nome da mãe de Laélia, que o adquiriu há 16 anos. Há uma semana, Gilmar foi com a sogra até a prefeitura para verificar como está situação. "Eles afirmaram que o decreto já foi aprovado e que precisa ser encaminhado ao cartório para finalizar. A gente vai esperando", destaca.
 
A posse definitiva da casa também deve acarretar em uma reforma. Laélia está grávida de quatro meses e pretende fazer melhorias na casa após o bebê nascer.
 
Anos de espera
 
A comerciante Maria José Anunciação, de 58 anos, também está ansiosa por ter, enfim, o imóvel no seu nome após 12 anos de espera. Ela mora com o marido e tem um brechó no local. Maria José vislumbra até mesmo uma comemoração quando receber a escritura.
 
"Vai ser bom demais. Tem pessoas que esperam há muito tempo por isso. É uma segurança maior para a gente. Às vezes a gente deixa de consertar alguma coisa, de fazer uma melhoria por talvez ter que sair. Espero que dê certo. Vou até fazer um churrasco quando isso acontecer", afirma.
 
Maria José diz que fará até um churrasco para comemorar a posse da residência
 
Ela também tem apenas um recibo do imóvel e confessa que sabia que o local era uma ocupação quando o adquiriu, mas diz que era o "único lugar onde conseguia comprar".
 
Déficit
 
Segundo o secretário de Planejamento Urbano e Habitação, Sebastião Juruna, Goiânia ainda tem 130 bairros com áreas ainda irregulares. Questionado se conseguirá regulamentar todos os terrenos e construções até o final deste ano, ele se diz otimista.
 
"Tenho um desafio de regularizar todos que faltam. Seria a realização de um sonho deixar de legado que as famílias possam alcançar a propriedade dos imóveis", espera.
 
Em relação aos últimos oito setores regularizados, ele explica que as famílias serão convocadas para reuniões. Um tabelião participará do processo e reconhecerá firma da escritura imediatamente.O procedimento é gratuito.
 
Após esse passo, ainda é necessário fazer o registro do imóvel. Juruna explica que ainda não sabe quem vai arcar com esse custo, em geral, de R$ 500. "Estamos analisando se a prefeitura vai pagar ou se será repassado ao dono da casa. Isso depende de como vai estar a saúde financeira do município", destaca.
 
Foto: G1

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